quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Uhuuuu, Nova Iguaçu!

Nunca foi tão aventureiro sair de Petrópolis, com o objetivo de compartilhar experiências científicas, quanto ir a Nova Iguaçu para participar e prestigiar a Semana Paulo Freire na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Aqui, contarei a todos – até mesmo a nossas queridas professoras – o que rolou nos bastidores. Divirtam-se!
A NOTÍCIA. . .
Notícia do fim da manhã: o carro da Rural não vem nos buscar. Para completar, somente pagarão as despesas de um carro. E agora? Teremos que deixar os únicos dois companheiros que iriam, dos seis que somos, para trás. Que chato! Não é nada legal ficar sem o apoio do restante do grupo, mesmo tendo as excelentes e seguras companhias de Sandra La Cava (A Conhecida de Petrópolis – depois com calma explicarei a denominação) e Adriana Hoffmann (A Fotógrafa de Plantão).
A SAÍDA. . .
Bem. . . Acho que agora podemos ir! Não, espere! Ainda tem um detalhe. NÃO SABEMOS O CAMINHOOOOOOOOO! Bom, Bom, Bom, não tá, mas tá bom! Ligação para Rural: expliquem-nos o caminho! Marido de Adriana: vai pela Avenida Brasil*, é mais fácil. Adriana: alguém trouxe máquina fotográfica? Maria Clara: eu trouxe. Adriana para seu marido: você está com sua máquina aí? Marido de Adriana: não. Mas passa na tua mãe e pega a dela. Adriana: não dá tempo de passar lá e pegar a máquina. Aquela sua grandona tá aí? Marido de Adriana: silêncio. Está no carro. Adriana: pode deixar que eu cuido dela. Não vai quebrar. Sandra tira o carro, últimas indicações do marido de Adriana. ENQUANTO ISSO. . . Ficamos no sereno (típico de Petrópolis) esperando “Sandrinha” destravar as portas.
AAAAHHHH! ENFIM DENTRO DO CARRO A CAMINHO DA RURAL. . .
Comentário cochichado entre as alunas (Priscila e Eu, Maria Clara): preparada para nos perder? (risos) Chegando à baixada, parada no posto para abastecer e aproveitar para pedir informações. Pensamento: será que deveríamos pedir mais informações?** Saímos do carro, pois carro a gás não é muito seguro “pagar pra ver”. Então seguimos (correção) tentamos seguir a informação coletada no posto. HAHAHA! Adivinhem? Andamos em círculos. Novamente pedimos informações: onde fica a Via Light? Mais uma vez: voltas. Mais uma vez informações: onde fica a rodoviária? Mais uma vez chegamos a lugar algum. Será que existem duas rodoviárias, uma nova e outra velha, pensamos enquanto ríamos dessa situação. Informações: segue o ônibus das Flores (nome da compania) – nossa última informação. Seguimos. Comentário da professora Sandra: uma vez me disseram a mesma coisa e perdi o ônibus no semáforo. Fiquei andando em círculos, quando o guarda me apitou e falou para eu seguir outro ônibus. Disse que perderia de novo e ele falou que dessa vez era certo. Tchantchararam! Quase perdemos o ônibus no semáforo. O que isso lembra a vocês? Sem comentários!
A DESISTÊNCIA. . .
Ligamos novamente para a Rural, tentando achar a
Via Light Via Light Via Light Via Light
Conseguimos. Entramos nela. Andamos um pouco mais e, então, desistimos porque não sabíamos mais para onde ir, que caminho pegar a partir dali para chegarmos na UFRRJ. Paramos em um acostamento que não existe perto dos muros da Light com uma placa nos seguintes dizeres: Cuidado fios de alta tensão. Que animador! Nossa jornada terminou quando o rapaz que mandaram para nos salvar chegou a pé. A pé?!? Como a pé? Pois é. E não é que era perto.
*Desculpe se não foi essa a indicação exata que ele deu. Considere apenas como uma ilustração, por favor.
**Respondendo ao Pensamento: acho que era melhor termos ficado com as duas primeiras instruções que por si só já nos enrolariam mais adiante.
Maria Clara

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O professor, o leitor e a narrativa... – refletindo sobre o nosso processo de formação

Um comentário da professora Silvia me fez ter vontade de escrever esse texto. A experiência que vivemos hoje na oficina da Rural também. Afinal, o que nos forma enquanto leitores, professores, profissionais?
Quantas vezes não ouvimos nos diferentes espaços de atuação as pessoas dizerem que “a Universidade não os preparara para serem leitores, para serem profissionais competentes e etc”?
Posso dizer a vocês, leitores, que as aulas no Magistério (Curso Normal) e Universidade (curso de graduação, especialização, mestrado e doutorado) também não me prepararam para ser professora. Não nessa ótica de que falam as pessoas, do aprender a fazer com uma receita... Aprendi a partir desses espaços a refletir, a articular conhecimentos, a buscar as referências para as minhas dúvidas, a consultar profissionais e a trocar experiências com outros sabendo que por mais que eu aprenda sempre há algo mais para aprender... Sabendo que é essa articulação criadora que me forma e está me formando sempre como pessoa e profissional.
Enquanto professora sei que a sala de aula nos desafia continuamente a cada vez que nos defrontamos com um público diferente, um contexto diverso, um novo livro lançado, uma pesquisa recentemente concluída, um filme que nos fez pensar... Tudo isso nos desafia a articular o nosso olhar à sala de aula, trazer o universo mais alargado do nosso olhar pela experiência vivida para que, assim como nós aprendemos a ver diferente a partir de nossas buscas, os nossos alunos também busquem sempre. Esse é, na verdade, o papel do professor: o de provocador da curiosidade dos alunos, do início da busca na sala de aula e na vida. A escola (e as instituições educacionais em geral) podem ser esse espaço de formação se as pessoas (professores e alunos assim o quiserem).
Mas sabemos que provocar o pensar, o ver dá trabalho... Nossa busca é sempre nova a cada nova experiência se temos a curiosidade da aprendizagem. Do contrário, bastará reproduzir o que está nos livros, não criar nada de novo, nada seu, nada que seu olhar e sua experiência possam trazer de novo... Agem assim os que acham que sabem tudo e que, por isso, não podem ver duas vezes um mesmo filme, voltar a um livro, olhar de novo para a mesma situação já vivida... Só assim se aprende.
A experiência que este grupo do PIC está vivendo é parte disso. Mostra, por exemplo, como uma oficina aparentemente “igual” pode ser tão diferente quando vivida junto a um público de um contexto diferente, uma cidade diferente, com experiências e faixa etária diferente. Imagine se eu tivesse uma “receita” de oficina que funcionasse do mesmo jeito em qualquer contexto e público... Se eu tivesse a “fórmula”, a oficina não seria com “pessoas” e eu talvez não estivesse aqui. Conseguida a “receita” para que precisaria eu continuar estudando, buscando livros, vendo filmes, indo a eventos, trocando experiências com outros se eu já tivesse a “fórmula” que dá certo sempre?
O professor tem esse desafio de, ao lidar com o ser humano, viver constantemente essa incompletude do ser que sempre cresce mas que nunca se completa... Nos formamos em todos os espaços e são tantos os espaços que muitos ainda não descobriram tudo o que os forma a cada dia. Que as experiências vividas por cada um de nós sejam sempre formadoras... E só serão formadoras quando se faz disso, motivo de reflexão, de troca e de aprimoramento constante de nossa ação enquanto professores e alunos que somos nos diferentes contextos em que vivemos.Vamos pensar sobre isso?
Adriana Hoffmann

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Clarice: experiência imortal

Olha a gente aqui de novo, para narrar nossas experiências, contar nossas histórias, chegar até você, leitor.
Contaremos um pouquinho de nossa inesquecível visita ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil - RJ) na qual, em uma maravilhosa tarde ensolarada pudemos apreciar minunciosamente a trajetória de vida de uma mulher revolucionária, que foi sem dúvida uma das maiores escritoras desse país. Se Clarice Lispector não tinha a intenção de, com suas palavras transformadas em contos, levar o leitor a mudar a sua visão ou pelo menos a começar um processo reflexivo interior, ao menos deveria ter o desejo de se imortalizar em cada linha escrita.
Acreditamos que este desejo seja a essência das histórias, mesmo que o autor, conscientemente, não o tenha como propósito. Afinal, basta ver quantas histórias vivem até hoje e nos revelam seus autores, por vezes, desconhecidos.
Gostaríamos também de compartilhar com vocês nossa apresentação no campus Nova América, na Estácio, do trabalho “A narrativa e sua dimensão formadora de leitores”. Experienciamos a situação por nós narrada sendo vivenciada por cada pessoa ali presente. Essa é uma forma de imortalizarmo-nos na vida. Certamente nos tornamos personagens da narrativa de muitos deles. Assim, a Humanidade vai construindo sua história: ao conhecermos pessoas novas, seja pessoalmente ou mediada por suas obras; conhecemos novos lugares e, principalmente, quando compartilhamos esses momentos com o ser mais próximo. A palavra tem poder. E ainda há quem duvide disso.
Então é isso aí galera, espero que vocês tenham mergulhado no universo mágico da narrativa e que a partir de nossas experiências possam construir suas próprias experiências. Até a próxima!
Maria Clara, Maira e Priscila

Mais uma oficina - agora na UFRRJ (Rural)

III SEMANA PAULO FREIRE E I SEMANA DE ENSINO DE FILOSOFIA -UFRRJ
Pluralidades e Educação
Na próxima semana no dia 28.10 o grupo do PIC estará realizando atividade na Rural. Abaixo divulgação e site com a programação do evento. Na programação constam apenas os professores responsáveis por cada atividade mas em muitas delas tem sempre alunos envolvidos (como é o caso da nossa). Dêem uma olhada e apareçam! As inscrições no evento devem ser feitas via internet.
Programação
Oficinas e Mini-cursos
http://www.ufrrj.br/paulofreire/

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ode à Exposição da Clarice (no CCBB)

Conduzimo-nos em direção ao CCBB
Lá chegando, que poética exposição!
Ante os visitantes, excertos de Clarice
Reunidos magnificamente nas paredes.
Incríveis jogos de luz e sombra
Combinados com textos de suas obras
Explodiam ao olhar maravilhado nosso.
L ugar cheio de gavetas como um arquivo
I ntimamente guardava um pouco de sua vida
S ubmetia os visitantes a ler cartas e escritos.
P endiam, em outra sala, livros do teto
E spetacular visão, com TVs apresentando vídeos
C omunicavam seus dramas, seus amores
T ocando os corações, mentes e almas
O ferecendo uma das mais ricas histórias
R etratos da poetiza inesquecível que é Clarice
Giancarlo

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Felicidade clandestina

Um conto de Clarice Lispector para conhecerem um pouco da autora...
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres.
Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu nao vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico.
No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte"com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
http://intervox.nce.ufrj.br/~valdenit/felicida.htm Acesso em 7/10

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O olhar e a foto – sobre Clarice Lispector

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector
Nossa entrada no CCBB para ver, ouvir e falar com Clarice Lispector foi triunfal. A recepção permitiu articular o visual da artista pousado numa grande teia de maneira a se chegar e aconchegar a cada um de nós. Chegar é diferente de aconchegar.Chega-se pela primeira vez...Daí em diante, aconchega-se ou não se chega mais. As palavras permitem tal tipo de brincadeira...Mas será mesmo brincadeira ou desbordar da realidade que se percebe com o coração?
Interessante observar: a máquina fotográfica impedida de chegar...Chegamos nós e a máquina, do lado de fora. Fez-me lembrar texto de Saramago quando ele conta que, em sua meninice, queria saber como eram as coisas, quando o olho não as olhava... Curiosidade brava, mesmo! E pensou na máquina fotográfica para ajudá-lo a capturar as coisas, ela sozinha, onde não houvesse ninguém. Mas esqueceu-se de que, onde há uma máquina fotográfica, há um olho humano por trás....E, assim, entramos sem máquina para ver Clarice... Não se podia fotografar nada, no ambiente...Continuei me lembrando do Saramago...Adolescente, ainda, não conhecia muitas coisas da alma humana... Entendi por que deixar a máquina do lado de fora... As meninas não se conformavam. Teimavam em registrar, com a máquina...Continuei pensando no Saramago...Que bela lição! Para que as máquinas? Para registrarmos o belo, o prazeroso, eternizar o momento...Ássim que pensamos. Com a máquina, segurar o efêmero... Um olho humano conduz a máquina...Assim, para que a máquina, se há o olho humano? Ele garantirá os registros com a alma, com a sensibilidade, cheios de nuances...
As coisas são mais espertas e não se deixam enganar com facilidade..., nos diz Saramago. As coisas sempre arranjam um jeito de se tornarem eternas....Quaisquer coisas? Aquelas que nos tocam a alma... Essas dispensam a máquina... Continua Saramago a nos instigar.. Para onde vão essas coisas, que não se registram na máquina? Com certeza caminham para a memória, guardadas a sete chaves, permanecendo em lugar nenhum e em todos os lugares, quando tocadas por um raio de curiosidade, de paixão e de êxtase, que desencadeia o rememorar em narrativas que, aos borbotões e fúria, permitem a luz reacender e o momento registrado na alma, reviver.
Assim percebi Clarice, em todo o seu esplendor, viva naquele momento e imortal em minha alma.
Sandra La Cava

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Algumas fotos da Jornada Científica

A jornada foi muito boa. Vejam as fotos! Em breve traremos aqui mais informações sobre os acontecimentos... Aguardem ainda essa semana! Palestra com a professora Ana Valéria apresentando sua maravilhosa tese de Doutorado recentemente concluída. Fez todos nós pensarmos sobre as representações construídas sobre o ser professor ao longo da história: permanências e mudanças.Muito para se pensar... Grupo do PIC apresentando... E brilhantemente!! Grupo do PIC apresentando também!! Capricharam... O local da apresentação lotado!! O nosso grupo do PIC depois das apresentações do dia... Cansados mas satisfeitos!!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

IV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

04 DE OUTUBRO DE 2008
CAMPUS NOVA AMÉRICA
O grupo do PIC estará nesse próximo sábado, dia 4/10, apresentando trabalhos sobre a pesquisa na Jornada de Iniciação Científica da Estácio que acontecerá no Campus Nova América. Vejam a chamada acima de divulgação. Em breve, numa próxima postagem, colocaremos fotos e informações.

Narrando lembranças na oficina

Aqui um pouco da oficina de sábado no Palácio de Cristal para terem um gostinho... Um pouco das opiniões de alunos do PIC que viveram essa experiência.
Quero relatar que fiquei emocionadíssimo com a experiência das memórias e narrativas realizada no Palácio de Cristal. Não poderia ter sido melhor! Apesar da chuva, pudemos interagir de forma significativa e percebi claramente como determinados símbolos nos reportam às nossas lembranças de forma particular. Os objetos são interpretados pelos sentidos físicos da mesma forma, mas não no sentido emocional; isso é o que me chamou mais a atenção! Agradeço a oportunidade de participar desse maravilhoso projeto!
Giancarlo
Na semana anterior ao evento, fiquei muito curiosa para saber qual seria o resultado do nosso trabalho. Finalmente já era sábado! O encontro foi maravilhoso, as pessoas interagiram conosco de uma forma tão "gostosa"! Fiquei admirando o rosto daquela gente, ali sentada, enquanto a professora Sandra contava a história do Guilherme Augusto... Foi muito legal ver as "caras e bocas", todas as expressões e a atenção para entender a história. A professora Sandra está certa ao falar que "para ouvir história não tem idade". Pude comprovar esse fato lá no Palacio de Cristal. Ao ouvir os relatos contados pelos participantes acabei me lembrando das minhas histórias e aventuras que vivi quando criança. É importante ressaltar como as narrativas dos outros nos remetem as nossas próprias narrativas, parece que as histórias "se entrelaçam" não perdendo, é claro cada uma a sua individualidade. O evento foi maravilhoso! Aguardo o próximo.
Monique Botelho